domingo, 4 de março de 2018

O que eu fui dorme nos tempos


o que eu fui dorme nos tempos,
sem respostas,
espera no instante despojado e entristecido que me olha longamente
e tem a minha alma naufragada em sensações
na sucessão de sombras
e gestos
e medos
que os olhos escuros da noite traz
no silêncio incriado dos cansaços
no acalanto e na solidão de tantos braços
na vida sedenta
gritando renúncias
neste momento de ausência e de prenúncios
nestes dias insaciáveis e transitórios
lentamente intermináveis
de intocados silêncios quebradiços
e macerados pelo labirinto do tempo machucado
e pela melancolia devoluta e intocada
que ressuma as memórias dos meus dias
de repente