quarta-feira, 25 de abril de 2018

Há um silêncio


há um silêncio oculto nas perguntas
e nos gestos dentro das palavras tão sem sentido
enlaçadas ao escuro incendiando os caminhos das noites
há um silêncio oculto nos poemas recitados nas madrugadas
perfumadas pelo sono das estrelas
e acalentadas pela solidão trêmula dos dias redundantes
há em você e há em mim este silêncio
das lágrimas dos sonhos que invento
e este gosto de tardes e ternuras
que trazem a saudade de uma canção antiga
que canto só pra você e para a sua ausência
há um silêncio oculto no choro convulso que a noite traz
há um silêncio oculto nas flores
e nas cores das flores
que já não são as mesmas de ontem para hoje
há um silêncio oculto no tempo
frívola e inútil mentira que invento
para guardar nossos momentos
e garatujar o sentimento
meu primeiro esboço de você
há um silêncio oculto neste amor  que é passo a passo
e que me leva até você
há um silêncio oculto no cansaço e na queda
há um silêncio oculto nos rascunhos que escrevo
ilusões cativas e indizíveis
momentos e labirintos
sonhos adormecidos na essência da vida
punhais afiados sibilando no vento que passa
e traz luas tão antigas quanto este canto que canto
só pra você e para a sua ausência