quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ternura

Dorme, em algum canto do mundo, a Ternura verdadeira,
em meio a fitas de cor, afetos, divagações.
Dorme a Ternura entre amigos,
entre abraços repousados,
sem receios,
nem temores...
Dorme a Ternura numa gaveta secreta,
num céu azul de janeiro,
numa manhã de neblina,
olorosa, suspendida,
por uma aurora cor de rosa
Dorme a Ternura em jardins,
em flores de âmbar,
no debruado das pétalas pressentidas,
no exílio branco da rosa inefável
A ternura dorme no lírio,
noivo da Alma
Adormece nas tardes alheadas,
nos olhos dos girassóis
Dorme a Ternura da Vida aninhada na flor da cerejeira,
entre poemas dúbios que a minha Alma sonda
nas espiras voláteis que alçam-se do sândalo ao ar
Dorme a ternura nas rendas das ondas
que ardem ao ócio do mar,
no vôo airoso da gaivota
Dorme, em algum canto do vento, a Ternura verdadeira

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