domingo, 24 de agosto de 2014

Morre-se

Morrer...?
Morre-se todos os dias
Outra vez
Outras vezes
Em campos desabitados
No longo nada da estrada
Entre as sombras do Tempo
Insano prisioneiro das horas
Relógios apregoando ilusão
Morre-se, agora
Sonhando mundos difusos,
Loucos, utópicos, confusos
Sonhando lugares sem nome
Sem contornos
Sem passos a percorrê-los
Sem cores, sem luz, sem adornos
Apenas imagens de sal,
Inauditas
Solitárias
Morrer...?
Morre-se todos os dias
Morre-se em todas as cores
Morre-se de todas as dores
Morre-se, mais raramente,
de alegria,
De quimeras e fantasias
Morre-se!!!
Morre-se todo os dias
De tristeza,
Medo
E degredo
Morre-se obscuro
Em segredo
De testemunha somente um cão
Morre-se do gotejar da vida
Do son(h)o de todos os dias
De apatia
Amor/desamor
Solidão
De delírios
Utopia
Paixão
Agonia
Vozes na noite
Inquieta
Agônica
Morre-se porque morrer
É o que há depois do jardim
De ilusões e apegos
Morre-se porque morrer
É o imanente renascer no fim

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