o vento sibila segredos
esconsas memórias
neste inverno infrangível
a bruma ingente da manhã
cobre a vida de mistérios
enche o dia de degredos
medos
o dia teima em ser escuro
modorrando sua luz
por detrás do muro
onde verdes ramos brotam
alheios à insone espera
meus olhos
que já não sabem chorar
as lágrimas dessentidas
secas em meu rosto
são dois sóis mansos
caminhando para a tarde
no crepúsculo que vem do mar
trazendo histórias soltas
que apanhou em terras muito distantes
no silêncio de algum lugar
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