A janela
aberta ao vento
ao orvalho
e à nostalgia
dava pro mar
Quando chovia no mar
era possível ver, da janela,
os pingos de chuva
e seu gosto singular
de água sobre água
decompondo o azul do mar
Na consumação impenetrável
das espumas rendilhadas
escrevendo poemas na areia
eu via a ilha colorida pelos
invelhecidos ventos azuis
que traziam a chuva
e céus imersos na gota de chuva que caiu
vindos como barcos de um passado
cheio de silêncios que se quebravam
em direção à eternidade dos portos
Apenas fuga à deriva
antes e depois
da mágica
quando a chuva
acabando de chover
deixava-se atravessar por uma réstia de sol
e impunemente fazia do silêncio
um arco-íris
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