Lés
misérables
(Título do livro de Vitor Hugo)
Transita
no cosmos vago e vazio o segundo
que
fará o próximo instante
(Já
fez. Agora já é passado)
com
suas guerras atávicas e suas misérias estóicas
Com
seus currais onde a escória
e
a legião dos desvalidos e faminto
pranteia
a existência que escorre
para
as valas do esgoto exposto
como
um nervo dorido e latejante
Deslinda
o inopinado segundo
o
que a nova e indefectível ciência apresentará
como
a última descoberta para uma vida longeva
que
retardará “ad extremum” o prosaico
“descanse
em paz”
O
engano engendra aleivosias,
mitigação
para o medo
cúmplice
do fim do verão
Enreda
a tribo dos seres huma(s)nos
na
ilusão irracional de adiar o inelutável
que
a vida alinhava com os imanentes fios do fim
enquanto
a rosa, ignara das coisas de Deus,
desabrocha
na solidão do botão,
esplende
ao sol
estremece
e suavemente aspira
o
aroma da terra morna de chuva
rosa
que a brisa cuidará de delir
no
tempo contido na impermanência da rosa
tempo
contido em sua essência e no devir,
imanência
de todos os seres
Esboroam-se
os segundos
e
com os segundos
exala-se
do eterno o corpo mofado da morte
urinando chorume sobre os meus pés
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