CONSELHO
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
Eugénio de Andrade.
In Poesia.
Rosto Editora - Modo de ler, 2011.
A palavra derrama cores nas flores,
Embaraça-se às borboletas, e voa,
E trina com os pássaros acordando
O silêncio
Para, só então, apascentar a manhã
A palavra despe o rei
Põe a pedra no caminho
Põe os dedos sobre os lábios
E diz silêncios
Eu nada dizia
A cabeça encostada ao peito,
Os olhos postos no chão
Não veem a vida em volta
Escutam o coração
À espera da palavra
Esquecida, escondida, reticente
Maturando entre os sonhos carregados de ilusão
Úmida de sereno que o sol da manhã transforma em orvalho
E brotos pejados de poesia
O vento vem, vermelho e viandante, rodando redemoinhos
O vento passa soprando sem pressa
Desenhando arabescos com a poeira que sobe do chão
Propondo sortilégios de toda sorte
Deslindando algaravias
Rimando vida com morte
O vento passa sem pressa por entre os cacos do dia
Desprendendo o fruto maduro que o sentimento amadureceu
O vento passa cobrindo a semente que cai no chão
Que se dirá, ventura ou desdita
Conforme venha a ser objeto da fala ou da escrita
Um grito na noite ou a trêmula miragem no dia
Não importa!!!
A palavra amadurece ao vento ou ao sentimento que a mereça
E brinca entre os meus lábios
Antes que eu possa supor o sussurrado poema sem fim
Que perora em minha cabeça
E faz cócegas e morde dentro de mim
Olorosa dentro de mim
A palavra recendendo a lírio e a benjoim
Tão linda quanto a manhã surgindo vermelho-amarelada por trás dos morros
É a palavra surgindo de trás dos véus, abrindo baús, para libar sensações
Em plena floração de inverno
Apenas a palavra é mais bela do que a brisa de agosto
Apenas a palavra é fruta de tanto sumo e gosto
A palavra anima a prece ligando a terra ao céu
O corpo à alma
O menino choroso ao adulto estupefato com a vida
A palavra é iluminuras gravadas em ouro e prata na solidão do papel
Ou na escuridão e na neblina da noite em que sonhei com você
Põe os dedos sobre os lábios
E diz silêncios
Eu nada dizia
A cabeça encostada ao peito,
Os olhos postos no chão
Não veem a vida em volta
Escutam o coração
À espera da palavra
Esquecida, escondida, reticente
Maturando entre os sonhos carregados de ilusão
Úmida de sereno que o sol da manhã transforma em orvalho
E brotos pejados de poesia
O vento vem, vermelho e viandante, rodando redemoinhos
O vento passa soprando sem pressa
Desenhando arabescos com a poeira que sobe do chão
Propondo sortilégios de toda sorte
Deslindando algaravias
Rimando vida com morte
O vento passa sem pressa por entre os cacos do dia
Desprendendo o fruto maduro que o sentimento amadureceu
O vento passa cobrindo a semente que cai no chão
Que se dirá, ventura ou desdita
Conforme venha a ser objeto da fala ou da escrita
Um grito na noite ou a trêmula miragem no dia
Não importa!!!
A palavra amadurece ao vento ou ao sentimento que a mereça
E brinca entre os meus lábios
Antes que eu possa supor o sussurrado poema sem fim
Que perora em minha cabeça
E faz cócegas e morde dentro de mim
Olorosa dentro de mim
A palavra recendendo a lírio e a benjoim
Tão linda quanto a manhã surgindo vermelho-amarelada por trás dos morros
É a palavra surgindo de trás dos véus, abrindo baús, para libar sensações
Em plena floração de inverno
Apenas a palavra é mais bela do que a brisa de agosto
Apenas a palavra é fruta de tanto sumo e gosto
A palavra anima a prece ligando a terra ao céu
O corpo à alma
O menino choroso ao adulto estupefato com a vida
A palavra é iluminuras gravadas em ouro e prata na solidão do papel
Ou na escuridão e na neblina da noite em que sonhei com você
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