Hoje tenta ser poesia
Ilusão e elegia
Liturgia
Ser sede
Dentro do copo da noite
Ser noite
Dentro do copo vazio
Todo o amor que não te dei
Virou enredo na vida chata, exata e real,
Enredo, alegoria
Dolo, fraude, aleivosia
Tento poemar os meus dias
Agora, sem hora nem dia perco o juízo,
Buscando entre o caos bipolar
O sentimento que abra porta e janela
Para que quando tua ausência passe
Ainda veja na tua face
Teus olhos me trazendo pra sempre
A noite cheia de sol
Com todo o amor que eu não te dei
O dia fez-se perjuro
Escorre a inquietude da tarde
Feita de zanga e saudade
Trazendo a noite que mora
No escuro dos olhos teus
Nos teus cabelos que dormem
Negros sobre os teus seios
Branquinhos, tímidos
Soluçantes entre os meus lábios
Pequeninos frutos esperando passarinho
Depois da chuva forte
Dois poemas esperando boca a declamá-los
O amor que eu não te dei
Chove toda madrugada
Pinga dentro do meu quarto
Goteja nos meus sentidos
Vai molhando e formando poça
Nas tolices necessárias que eu não disse
Alaga, lateja e se esfrega no teu grito
E te beija onde nunca te beijaram
E crava as unhas no suor que escorre da tua bunda
Sabe aquele amor que eu não te dei?
Vai te buscar na lonjura
Te enlaça a cintura
Beija teu colo
Aspira teu cheiro
Desabotoa tua blusa
Tateia e tira o teu sutiã
Bota a mão nos teus peitinhos
Brinca com um bico de seio
Mordisca e lambe a infância dos teus mamilos,
Beija sugando,
Chupa beijando,
Entre os lábios,
Entre a morder um tantinho
Diz te amo
E ama
Passa a mão na tua bunda
Perde-se entre as duas vontades
Levanta tua bunda
Tira tua calcinha
Bebe, sorve,
Lambe, devagarinho,
Teu gosto
Teu gozo
Embriaga-se de mansinho
Na volúpia do vinho zonzo
Que escorre da tua flor
Na taça da tua virilha
Se serve
Teu gosto
Teu cheiro
Terno
Cálido
Bebe você
No teu silêncio singular, nos teus orgasmos plurais
No cais dos teus doces ais
Entre os macios hemisférios
Onde o beijo percorre o rego
E ama-te, pequena e doce
E te possui por trás
Sabe aquele amor que eu não te dei?
Volta pra casa sozinho
Dos sonhos que então sonhei
Na boca o gosto acre dos gemidos
No corpo todo um sussurro
Na pele todo um carinho
Me conta coisas
Às vezes penso que ele vai chorar
Todo o amor que eu não te dei
Hoje são estas letras
Postas como se fossem a minha coxa
Entre as tuas coxas
Sentem sua bucetinha pulsando,
Beliscando
Respirando
Desejo
Fruta partida
Sentem você molhada e quentinha
Me babando segredos e afetos
Com os teus beicinhos de sal e gozo
Um poema de saudades e vontades, com uma sensualidade boa de se ler.
ResponderExcluirVocê continua muito bom no que faz, beijos de saudade poeta.
Perfeito!
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