terça-feira, 27 de março de 2012

Infinitude

É noite
A primeira noite de um outono ainda diáfano
de sensações inefáveis
pairando sobre os ruídos da rua
A solidão do friozinho vem quieta
na brisa
como pássaro migrando 
O estridente silêncio da  casa gira no ar
esvaído em ausência e infinitude
Há flores que desabrocham à noite
Eu nunca vi
Mas a centopéia do meu sentimento jura pelos céus
que há flores que desabrocham à noite
E eu fico me perguntando se na minha noite elas desabrocham também
Não sou nada e, no entanto,
                                    quero flores desabrochando na minha noite

Imagem: Kristiana Pärn

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