para a utopia há a dialética
feita de noites e solidões
feita de marulho de mar
de sonhos dentro do Todo
há a utopia da nostalgia
que contagia o momento
e compõe a canção do dia
há a utopia do tanto de um gosto
travo, ácido e impossível
de deglutir
há a utopia das mãos vazando o escuro
e dos pés descalços
(os passos prontos para galgar as nuvens)
aptos para seguir
há a utopia da fome
da sede
do revirar-se na rede
jogando o vazio no estômago
de lá para cá
de cá para lá
há utopia nos olhos
no céu da boca
no nariz
há a utopia
da hora
de ser feliz
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