quinta-feira, 3 de março de 2011

Velho medo

E agora que eu tenho que partir

Por onde andarão os meus caminhos

Se no meu corpo ficaram os teus carinhos

Ficou a tua saliva incrustada no meu corpo?

E como esquecer o teu nome

Se o teu nome ficou indelével em mim como o silêncio

Ficou em mim tão intenso como a fisgada de uma dor

E para mim teu nome é o mesmo nome do amor?

Qual a flor que se abrirá

Para que eu esqueça o teu perfume?

Qual estrela brilhará que se pareça com teu lume?

Em qual beijo encontrarei o contorno da tua boca

Onde a minha língua buscava a tua língua

E o desejo sussurrava em voz rouca?

E quantas vezes o céu despontará


Antes que eu possa esquecer os teus olhos?

A tua ausência pôs em minha alma a silenciosa nostalgia

No meu coração ficou insana esta vontade de degredo

Onde o amor a contemplar o velho medo

Dos teus carinhos sem saber se despedia

Amor, o medo desvelou a sombra que em mim sempre existiu

E este amor que era a meiguice em minha vida

Louco e insano pôs-se a contemplar a despedida

Virando o rosto somente quando você em fim se despediu

Hoje as noites são silenciosas e geladas como um ermo rio

Não toca o telefone e o silêncio não diz nada

Morre a minha alma tristemente afogada

Nas sombras esquálidas do meu incontido desvario



Nenhum comentário:

Postar um comentário