domingo, 15 de novembro de 2015

Paris, quem faz as guerras II?


"Pianista toca "Imagine", música de John Lennon, à entrada da sala de espetáculos Bataclan"

Emocionante!

Comovente!

Mas e daí?

Nós nos emocionamos

Nos comovemos

Mas, não entendemos nada do que a letra da música diz

Ou se entendemos esquecemos ali adiante

e a palavra não se faz ação


Imagine (letra traduzida)

Imagine não haver o paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós, só o céu

Imagine todas as pessoas
Vivendo o presente

Imagine que não houvesse nenhum país
Não é difícil de imaginar
Nenhum motivo para matar ou morrer
E nem religião, também

Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você junte-se a nós
E o mundo será como um só

Imagine que não há posses
Eu me pergunto se você pode
Sem a necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade dos homens

Imagine todas as pessoas
Partilhando o mundo

Você pode dizer que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia você se junte a nós
E o mundo viverá como um só


Emocionante, né?

Comovente, né?

Mas, e daí?

Apesar da simplicidade e da clareza da letra há em nós um ser irracional e insensato que não nos permite vivenciar o lado claro da vida e a simplicidade de uma música.

Vinicius de Moraes disse, num trecho do seu poema "Elegia ao primeiro amigo": "...preciso ser delicado por que dentro de mim mora um ser feroz e fratricida..."

"Se você pede chuva tem que aguentar a lama também"

Enquanto isto os pianistas vão tocando em frente aos Bataclans sensibilizando superficialmente aos passantes e ouvintes.

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