sábado, 13 de fevereiro de 2016

O tempo e o guepardo


O tempo é ideia que se reparte
é pergunta feita ao espelho
equivocado escuro
insistente sombra
é pedra vagarosa
ou seta ligeira
atiradas
esperando a inescrutável morte
não se alteia
ecoa na cegueira serena e silenciosa que é não ser

O tempo envilece!

O tempo é do guepardo o movimento e o instante
que o leva daqui para diante
o tempo é as garras do guepardo fincadas na nossa garganta
desmanchando o frio gume do punhal entrelaçado ao destino
signo do movimento
mas não do tempo
que se aquieta na inércia e não se move
tal qual o silêncio que acontece sem mensuração
momentâneo e intermitente
a eternidade morrendo dentro da fuga e do medo
dos erros que mentem à vida
à impassível e torturante guerra das horas lentas
ao contumaz desespero das hora céleres
ou aos dilemáticos presságios
que enchem de sensações
e elucubrações
a vida
ou o que dela restou
dispersa diante dos vales íngremes e profundos
dos abismos esperando respostas

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