terça-feira, 23 de novembro de 2010

Luas antigas

Espero o mar silente preencher o escuro da noite das luas mais antigas, ancestrais
Que em silêncios arrasta-me para o porto dos barcos rumo ao infinito, nada mais
Pelos caminhos de fogo e águas, razão e loucura, abismos inatos do meu céu
Onde as aragens sorvem em goles os meus pensamentos como a um fel
Onde as miragens viram teus olhos irem embora rumo ao oceano
Nos caminhos por onde andam as mágoas, anda o engano
Anda o ventre túrgido das saudades, uma velha amiga
Espero, no mar silente, a noite da lua mais antiga
No achar e me perder sem fim, sem nada ter
Na saudade que ficou retinta em meu ser
E que como um manto em mim cingido
Me agasalha como um traje puído
Como uma velha roupa rota
Como uma palavra solta
Que não serve mais
Espero a noite das luas mais antigas, ancestrais
Para que estes sentimentos opacos e banais
Onde caminham o fim dos meus passos
Possam calar os meus cansaços
Debicar os meus momentos
Confranger os ventos
Ver nascer a flor
Nascer o dia
Nascendo
O dia
...
Me
Encontrar
Amor

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