sábado, 22 de setembro de 2012

Ausência

Ouço na tarde o oscilar
lento do tempo
O silêncio ilumina
e arde na quietude da espera
O vento vela o sono
de um céu onde nuvens branquinhas
caminham pelo tapete dourado
que a tarde deixa no céu
O mar vem no segredo das vagas
que molham de sal e de ilusão
os meu olhos
transbordando ondas vermelhas
a cair como a garoa
que nos embebe
com candura e gestos de poesia
Folhas balouçam das árvores
As flores apascentam
o mistério das cores
É primavera
O pássaro voa
levando gravetos para o ninho
O rio soluça amalgamado
às margens, que o reprimem
A tarde vai se imiscuindo aos morros
O sol descreve um arco
refletindo-se nas águas do rio,
dourado como a tarde e os ventos
que sopram acalentando sonhos
e as flores noturnas da solidão
A vida se desvela como em tantas
outras tardes
Como em tantas outras épocas
Não obstante,
tudo é ausência

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