sábado, 4 de dezembro de 2010

Vício

Tuas mãos emaranhadas entre as minhas
Segredando o teu desejo ao pé do meu
Em palavras nuas e versos já despidos
Meu corpo e gestos respirando o corpo teu

O beijo longo, carícia lenta em teus mamilos
Roçando a penumbra da tua pele alva
Onde guardei a fúria dos meus silêncios
A escutarem o que o teu corpo nu falava

Teu ventre pressupondo mais carinhos
No teu púbis a minha lingua escorrega
As tuas coxas pedindo a minha boca
No teu delicioso momento de entrega

A minha sede eu bebo longamente 
No vão das tuas pernas entreabertas
Teu sexo, chama molhada, rio perene
Aos meus lábios seu pistilo se aperta

Teu cheiro fica inteiro em minha pele
O doce acre da tua flor em eclosão
É o gosto que lateja em minha língua
Dizendo amores da mais pura floração

E ao te amar teu corpo soa como um vício
Os teus contornos à luz da vela são fissura
Bebo o teu cheiro, beijo tua boca e tua saliva
E o teu prazer encharca o meu com tua candura


São teus sabores que guardo em minha boca
É o suor da tua pele a guiar-me em teus caminhos
É a tua voz rogando pecados aos meus ouvidos
São teus licores a misturarem-se aos meus vinhos

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